Editorial aboutCOM
O que um dia foi um sonho, hoje já está inserido na realidade. Quando o assunto é comunicação de empresas de tecnologia, fatores como relacionamento e histórias surgem mais fortes como forma de conexão com clientes
Há algumas décadas, as ferramentas que faziam parte apenas de um discurso hoje estão presentes na maneira como RP é feito. E mais, na rotina de quem lida com comunicação, principalmente para o mercado de negócios e tecnologia, é possível encontrar formas de realizar o trabalho que sequer foram pensadas no passado. A pergunta que fica é: o que vem depois?
Provavelmente, veremos atividades mecânicas da função do profissional de comunicação sumindo e abrindo espaço para mais estratégia e valorização da atividade junto à empresas. Já é possível encontrar soluções em inteligência artificial (IA) para a comunicação; a centimetragem deixou de ser a principal métrica quando o assunto é assessoria de imprensa e abriu espaço para um olhar integrado para a forma de se relacionar e contar histórias. O processo é gradual e ganha mais espaço à medida que agências mostram o poder da união de narrativas e tecnologia.
IA e RP
Estas siglas estarão cada vez mais perto uma da outra em 2019. Tarefas muito comuns hoje no mercado de relações públicas podem ser automatizadas, o que as torna boas candidatas para IA. Encontrar e avaliar um influenciador online, identificar informações sobre um veículo de imprensa, compreender o melhor plano de mídia digital, entre outras atividades, já não acontecem sem inteligência artificial.
Um levantamento da McKinsey & Company¹, aponta que 45% das atividades para as quais pessoas são pagas para exercer podem ser automatizadas. É comum acreditar que apenas papéis que exigem baixa qualificação ou pagam salários menores que podem passar por isso, mas, por meio dessa pesquisa, descobriu-se que mesmo as ocupações mais bem pagas da economia, como gerentes financeiros, médicos e executivos seniores, incluindo CEOs, têm uma quantidade significativa de atividades que podem ser automatizadas.
Quando o assunto é comunicação, que tem o objetivo de manter a relevância das marcas, é importante descobrir e inovar em maneiras de utilizar a inteligência artificial como uma aliada das estratégias de relações públicas e abrir espaço para estratégias que foquem em relacionamento e construção de legitimidade das empresas.
Prioridades: contar boas histórias e construir relacionamentos
Assumir boas narrativas e saber para quem contá-las, habilidades reconhecidas como importantes para as relações públicas, seguirão em evidência em 2019. O que acontece é que, além da imprensa e de influenciadores, os profissionais precisarão expandir sua atuação para outras audiências. O objetivo é criar uma rede diversificada que leva histórias para o público-alvo de forma mais ampla.
Nesse contexto, é importante criar a narrativa que deseja que clientes assimilem ao entrar em contato com a empresa. Por meio de táticas de relações públicas, como relacionamento com a imprensa, uma empresa atua em um dos grandes pilares da comunicação e desempenha um papel importante na validação das suas atitudes e informações.
Métricas: uma realidade em comunicação
Sem dúvida, uma das maiores mudanças para o mercado de relações públicas foi o surgimento de ferramentas que começaram a medir o engajamento. Com isso, foi possível aposentar formas de medição, como centimetragem ou equivalência publicitária, que não entregam o real valor de um trabalho de construção de reputação. Em 2019, com a forte entrada da tecnologia no mercado de comunicação, as métricas estarão ainda mais presentes.
Ferramentas como Google Data Studio², de atribuição de mídia³ e de análise de dados de comunicações⁴, têm surgido para mostrar meios de comprovar que PR é investimento e não custo. Mais do que nunca, é preciso provar o valor de da construção de uma imagem.
RP, o integrador
Esse é o profissional que melhor se encaixa no papel de integrador de uma estratégia de marca que considera mídia paga, espontânea, social e proprietária. Sua função no mercado de tecnologia e B2B, de contador de história e produtor de conteúdo, lhe dá uma visão holística da comunicação, uma vez que acompanhar todos os públicos e criar diálogos sempre foi uma constante em sua carreira. Para que isso seja uma realidade em 2019, vai ser exigido desse profissional, confiança em dados e uso de ROI e visão integrada, além de uma atuação digital forte.
O que há em comum em todas essas tendências para o futuro da comunicação é a constante evolução. Acompanhar as mudanças – sociais e tecnológicas – torna-se primordial para se manter atualizado e conectado com o que há de novo nessa indústria para as marcas, sejam elas B2B ou B2C.
- McKinsey & Company – Four fundamentals of workplace automation
- Google Data Studio
- SpinSucks
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