As crises costumam surgir sem qualquer aviso prévio. Quem está nos cargos de gestão sabe que, ainda que existam indicativos para que sejam desenhadas algumas estratégias de contenção, é difícil estar totalmente preparado para reduzir os impactos de uma crise de imagem no setor de tecnologia.
Seja internamente, com as equipes, ou externamente, com prospects, clientes e associados, para amenizar os efeitos, será necessário também humanizar a gestão da crise: traçar planejamentos e novos caminhos a partir das necessidades reais que estão sendo colocadas pelas pessoas.
No caso de uma crise mundial gerada no âmbito da saúde e refletida em todos os setores, as inseguranças desencadeadas pedem por novos posicionamentos dos negócios e das economias ao redor do mundo: demandam uma centralidade na vida humana.
Por isso, é necessário continuar a ser fonte de credibilidade e a ressaltar a humanidade presente nos negócios! Mas como fazer isso no setor de tecnologia? Como aplicar o conceito “Tech to Human” (T2H) neste contexto? Confira algumas dicas neste post!
Nos negócios, o momento não é de paralisia. Na verdade, é neste momento de crise em que os valores de um negócio devem sobressair.
Se eles estão em descompasso com as práticas empresariais, que eles sejam retomados e aplicados nas ações das empresas. E, se ainda não observaram a mudança das relações comerciais e a necessidade de valorizar as pessoas, as empresas são convidadas a repensarem suas práticas e seus valores.
Por isso, a pergunta “como eu gostaria de ser acolhido neste momento de insegurança?” é um bom começo para guiar as ações empresariais e humanizar a crise. É uma frase de empatia que permite apontar um caminho de escuta, sensibilidade e estabilidade.
Pensando nesta frase como norte, é possível entender a comunicação neste momento como a área essencial para promover grande parte do cuidado com os seres humanos.
Faça um exercício: imagine você num ambiente desconhecido e sem qualquer iluminação, ruídos ou cheiros. Como seria caminhar totalmente às cegas e topar com diferentes objetos e pessoas? Além dos sentimentos de medo e angústia sobre o imprevisível, você pode se ferir e ferir aos outros.
A comunicação estratégica e humana serve como uma luz neste caminho. Apesar de você não conhecer aquele cenário, é possível enxergá-lo e se movimentar por ele com os devidos cuidados consigo e com as demais pessoas.
Ou seja, a partir de uma gestão humanizada da crise, a comunicação estratégica e humana entra como um pilar que garante clareza, orientação, informação científica e bem apurada, que geram alívio e bem-estar para os seus distintos públicos.
Com este pilar sustentando suas ações durante a crise, é possível traçar um plano de ação em comunicação e reorientar as práticas da empresa para superar o momento de forma assertiva e produtiva.
Para dar continuidade aos negócios, estabeleça uma comunicação interna em que as lideranças possam guiar seus colaboradores por um caminho seguro, ainda que de forma remota.
Promova canais de escuta e implemente soluções para as dificuldades que se apresentem neste novo cenário.
É importante ainda traçar mecanismos para promover informações periódicas, atualizadas e pertinentes para os diferentes grupos e setores, tanto sobre o contexto social, quanto sobre os próximos passos da empresa. E o posicionamento executivo pode ser essencial para esta estratégia.
Num contexto em que a valorização da vida humana se sobressai, em que as pessoas estão ainda mais preocupadas com o coletivo e traçando ações de solidariedade para solucionar dificuldades imediatas, o setor de tecnologia não pode estar “desconectado” ou descompassado.
E, dar continuidade aos negócios considerando estas premissas é a outra ponta da gestão da crise para as empresas tech.
Como costumamos falar aqui na aboutCOM, o discurso humanizado já não é mais uma simples opção para as estratégias de comunicação dos negócios em tecnologia.
O lado humano de cada inovação deve estar aparente, pois, são os humanos que as elaboram e produzem, e estas tecnologias são válidas enquanto soluções para problemas da humanidade, mais ou menos imediatos.
Independente do público, as relações comerciais que se estabelecem há alguns anos pressupõem necessidades, paixões e sonhos que precisam ser satisfeitos.
E num momento de crise, além de sonhos com o futuro, as necessidades iminentes são de estabilidade, de vínculo, de proximidade, de segurança. Tenha isso em conta ao projetar-se para os públicos externos e consolidar a imagem empresarial dentro deste contexto.