Recentemente fui convidada a dar uma aula especial sobre “Comunicação e Marketing na América Latina” na cadeira de Marketing Internacional, do curso de International Business da St. Francis College, em Nova Iorque. Ao preparar minha apresentação, fiquei com o maior receio do mundo de ser repetitiva, mas, como abordar o tema sem falar de storytelling, assunto tão em pauta e na moda por aqui? Contar histórias é a base da nossa comunicação e a arte é fundamental para tornar empresas e produtos mais interessantes.
Qual foi minha surpresa ao ver a expressão da turma quando comecei a contar sobre o apelo emocional das propagandas e estratégias de comunicação no Brasil e na América Latina! Por causa da minha carreira, tenho o costume de viajar para os Estados Unidos a trabalho há alguns anos e as propagandas na TV, nos metrôs e outdoors sempre me chamaram a atenção. São tantas regras, leis e exigências, que elas acabam ficando quadradas e com pouquíssimo enredo. Não à toa, os comerciais do Super Bowl são os mais esperados do ano – já que são diferentes dos demais ou ao menos, com mais história.
E a pergunta não tardou a vir: “ah, então todas as campanhas de vocês são como comerciais do Super Bowl?”.
Enquanto aqui no Brasil a abertura a novas ideias e a criatividade permitem ações incríveis de marcas nos lugares mais inusitados, a hesitação e a desconfiança dos americanos me fez admirar ainda mais aqueles que conseguem viralizar alguma ação por lá.
Ao ver uma campanha da Dove Baby, “mamãe, cheguei!”, aquela da cegonha entregando os presentes no Rio de Janeiro, a primeira pergunta que surgiu foi: “mas as pessoas pegaram o que a cegonhas traziam assim, tão fácil, sem saber o que era?”. Sim! Nós somos o povo que curte os brindes das campanhas, que compartilha o que gosta e que chora em comerciais e campanhas na internet
Enquanto eles compram seguro, pizza e contratam advogados pela TV, eu prefiro ficar aqui aguardando a próxima supercampanha do horário mais caro da nossa televisão!
Fico com o nosso bom e velho, mas tão na moda, storytelling!