por Flavia Sobral
Pense comigo. Você entra em uma lanchonete, não daquelas do tipo fast food, aquelas de bairro, gostosas que tem aquele x-tudo animal. Pede um lanche, um refrigerante, batata frita e aquele sundae de chocolate para arrematar. No fim, como sempre, pede a conta. Mas você resolve, mesmo sem conhecer a cozinha, sem saber a quantidade de funcionários, os gastos com aluguel, gás, eletricidade, impostos, e tudo mais que precisou ser pago para que você comesse o seu lanche quentinho e gostoso, que, desta vez, você vai pagar só a metade do preço. Posso apostar que quando o dono do restaurante souber da sua ideia, no mínimo, a polícia será chamada.
Pois bem. Por que você acha que pode fazer isso com a sua agência de comunicação? Por que acredita que pode pedir um escopo maior, mais foco, equipe mais sênior e pagar somente aquilo que você quer?
A precificação em comunicação é um dos principais motivos de perdas de clientes por aí. Aliás, muitas empresas escolhem suas agências pelo preço da proposta, e não pelos entregáveis. E o preço pode sim ser um diferencial – sempre digo que cada panela tem sua tampa, que cada empresa tem o fornecedor ideal (em termos de equipe, custos e necessidades). Mas vira e mexe ouço propostas indecorosas – quero pagar metade do que paguei da última vez e ampliar o escopo em três vezes. Ou mesmo – tenho X para gastar e isso para fazer, você consegue me atender?
É importante deixar claro: nós, donos ou administradores de agência de comunicação, não definimos uma precificação com base em sonhos e imaginação. Se estivéssemos sonhando com números, jogaríamos na Mega-Sena.
O preço de uma proposta de comunicação é construído com base na hora-homem que o seu trabalho vai demandar para alcançar os resultados que almeja. É feito com base na estrutura da agência, na qualificação dos profissionais que vão te atender, na complexidade do seu projeto. Tudo isso é precificado, contabilizado, para que você pague uma quantia justa pelo trabalho.
Pense nisso quando for procurar a sua próxima agência de comunicação. Pense se você gostaria que alguém chegasse na sua lanchonete e pagasse metade da conta, ou na sua empresa e oferecesse uma pequena parte do que vale o seu produto ou serviço. E não se engane, você ser quem é, ter os contatos que tem ou mesmo responder por uma marca conhecida, não vai fazer com que meus custos diminuam, ou que eu pague menos impostos – portanto, nada de jogar a carta do ‘prestígio’ por aqui.
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