Responder a uma reclamação sem critério e participar de moda da internet podem ser tiros no pé
por Editorial aboutCOM
Nada de tiros, bombas ou tratados. A guerra de hoje é sobre informação, compartilhamento e rapidez. Ganha quem postar mais rápido, independentemente da qualidade do conteúdo. Se está em um show, filma; se viajou, bombardeia seus seguidores com fotos; se terminou um projeto importante, faz um post dizendo que está orgulhoso do seu trabalho; se leu um título interessante de matéria, compartilha com os amigos. Não existe mais a máxima do “dois pesos, duas medidas” em um tempo quem que fatos e factoides se misturam. Compartilha-se pelo simples fato de dividir todas opiniões e acontecimentos, sem avaliar as fontes e a veracidade, tornando-se apenas replicadores de assuntos falsos ou verdadeiros.
Fica evidente a falta de interesse pela qualidade da informação. Passa a ser suficiente informar o mais rápido possível, mesmo que seja um conteúdo raso ou falso, sem o bom senso de questionar sua veracidade. Esse “mal moderno” não assombra somente a sociedade, mas atinge também o mundo corporativo. E é nesse cenário que algumas empresas podem arruinar um trabalho de anos ao compartilhar mensagens falsas, preconceituosas ou vazias, somente para fazer parte de uma onda descolada da internet, de algo que se tornou um assunto comentado nas redes sociais.
É importante entender que a estratégia de comunicação de uma companhia é semelhante ao de um jogo de xadrez, no qual cada movimento deve ser estudado e calculado, pois um erro pode colocar tudo a perder. E, lembre-se: dentro do mundo corporativo derrotas podem ser bem dolorosas.
Nesse contexto é necessário apostar em uma boa estratégia de comunicação, que consiste em saber responder on time questões que valem a pena ser respondidas e compartilhadas e ignorar as que não são, mesmo que sejam fenômeno nas redes sociais. Afinal de contas, se preocupar mais em compartilhar do que na consequência do compartilhamento pode ser uma armadilha, principalmente entre os executivos que trabalham com a imagem e a reputação de empresas.
Entender o tom de voz que a companhia quer adotar, de que forma quer se comunicar, e com quem, é determinante para definir quais serão as mensagens que poderão ser passadas para os clientes e colaboradores. E tudo isso deve ser planejado com antecedência, independentemente das modas que surgem no mundo digital. Com esse entendimento, fica claro qual onda a empresa pode surfar e quais ela deve evitar, o que minimizará possíveis problemas de comunicação no futuro.
A comunicação requer calma
Quando a estratégia de comunicação conta com as ferramentas certas e uma boa base, fica muito mais simples saber o que vale comentar e o que deve ser ignorado nas redes sociais. A comunicação de uma empresa não pode ser feita por impulso. É importante ter equilíbrio e saber quando reagir e se é preciso responder de imediato a uma acusação ou reclamação.
Postagens de funcionários ou colaboradores em seus perfis particulares podem comprometer a imagem da empresa também. Incluir advertências e orientações dentro da estratégia de negócio pode ser o melhor caminho para evitar a ruína de uma marca e de um colaborador, que pode ser demitido por justa causa por uma postagem errada.
O mundo corporativo sofre do mesmo mal das pessoas físicas quando o assunto é compartilhamento na rede, portanto, determinar uma estratégia de comunicação eficaz pode determinar se uma empresa se tornará vencedora nessa guerra ou se acabará com uma bomba nas mãos.