Do estagiário ao CEO, o entendimento sobre os princípios básicos da comunicação deve permear toda a organização
O tempo da voz única acabou. No passado, as marcas podiam comunicar sua mensagem, de forma quase monolítica, na figura do porta-voz. Hoje, as companhias estão mais próximas de seus consumidores e parceiros comerciais – elas ouvem, se expressam e se expõem, diretamente, por meio de diversos canais, por exemplo, pelas redes sociais.
E, muitas vezes, quem aperta o botão ‘publicar’ no Facebook são aqueles que nasceram com a tecnologia: jovens estudantes ou recém-saídos da universidade. Uma geração acostumada a absorver pílulas de informação e que nem sempre entende, ao entrar no ambiente corporativo, que se expressar (bem) é difícil. Requer o domínio do uso correto do idioma, leitura frequente, coerência na construção de uma linha de pensamento, adaptação do discurso de acordo com o público, consciência corporal, entre outras habilidades.
Mas, que a justiça seja feita: não são apenas as novas gerações que trombam com os princípios básicos da comunicação. Pelo contrário, há algo que elas compartilham com executivos de vendas e até com CEOs da velha guarda: não é fácil para ninguém, independentemente do nível hierárquico, admitir que tem problemas para transmitir sua mensagem. Em bom português, educar fala, escrita e gesto é chato e fere o orgulho. Porém, é um processo necessário.
É aí que entra a assessoria de comunicação. Muitas pessoas pensam, que as agências só ‘servem’ para fazer relacionamento com a imprensa. Esse serviço é oferecido, sim, mas trata-se apenas de um dos canais de distribuição de mensagens. Por isso, se a agência observa que o cliente, seja por qualquer interface, está escrevendo ou falando de forma inadequada, tem o papel de orientá-lo para que a mensagem alcance os destinos desejados, sem ruídos. Esse treinamento sempre envolve o cuidado de perguntar: qual é a mensagem? Ela está chegando no remetente da forma desejada? O canal escolhido é o ideal? Qual linguagem devemos usar?
Uma companhia com colaboradores que se fazem essas perguntas e conhecem as diretrizes para respondê-las caminha em direção à comunicação ideal de seus produtos e valores. Mais ainda se, além de atualizados tecnologicamente, estiverem na ‘velha guarda’ da escrita, com o cuidado de usar palavras inteiras – ao invés de siglas – e um português correto. A voz não precisa ser única – os consumidores nem esperam isso mais -, mas precisa ser clara, correta e coesa.