por Flavia Sobral (publicado originalmente no AdNews)
A H2H ou Human to Human é a nova expressão da vez do universo da comunicação. Prova disso, é que vemos cada vez mais empresas dando mais foco em divulgar suas causas, do que efetivamente, sua marca. Um exemplo disso é o movimento que vimos em Junho, mês da diversidade sexual, e a enxurrada de novos produtos no mercado, e anúncios, coloridos. Uma pesquisa feita pela Hornet/Nielsen, mostrou que as propagandas feitas para o público LGBT+ são até mais efetivas que as demais, já que as pessoas passam a ver aquela determinada marca como ‘inclusiva’.
No mês de março, também vimos diversas matérias sobre o papel das mulheres nas organizações e como nós estamos ganhando espaço no universo corporativo, reconhecidamente liderado por homens. Todas essas iniciativas são, de fato, muito importantes para reconhecer frentes notadamente minoritárias no mercado e na sociedade. Mas, um questionamento que tenho feito recentemente é como todas essas ‘causas’ e o apoio a elas, conversam com o universo B2B. Especificamente, aquele em que atuo, o de tecnologia. Será que todas as empresas precisam abraçar todas as ‘causas’?
No passado, fiz o mesmo questionamento sobre o storytelling. Afinal de contas, qual é a novidade no H2H, já que desde que iniciamos as relações comerciais, damos preferência àquelas marcas que, de alguma forma, nos incluem em suas comunicações ou em nelas, aquilo em que acreditamos?
As relações entre as pessoas são fundamentais para a sobrevivência de negócios, inclusive do B2B. Mas é importante que as ‘causas’ certas sejam abraçadas. O que está mudando, pelo que vejo, é a forma de contar as histórias – ou para quem contá-las. É preciso criar empatia.
Enquanto antes comunicávamos sobre soluções de tecnologia e o que elas eram capazes de fazer, hoje falamos sobre o impacto que a adoção dessa mesma tecnologia tem sobre a vida e o dia a dia de quem tem acesso a ela. Por exemplo, a Orange Business Services, lançou uma solução de IoT (Internet das Coisas) que está sendo usada na coleira de animais domésticos para que eles não se percam ou mesmo, para encontrá-los em caso de fuga. Com ela, é possível rastrear o seu animalzinho em qualquer localidade na qual a Orange está presente – mais de 220 territórios. O que importa nesse caso, não é a solução em si – que sim, é parruda e baseada em uma suíte inovadora de tecnologias de IoT, desenvolvidas por um laboratório especializado – mas que o meu cãozinho, que anda sem coleira pelo bairro, não vai ‘se perder’ ou fugir, ou ainda, ser levado por terceiros. O que é isso, senão a humanização da história?
E a empatia também se traduz no H2H. Esse mês lançamos um case na aboutCOM de uma ferramenta que estamos disponibilizando para os nossos clientes, que traz para eles as notícias de seus potenciais compradores. Um dos executivos entrevistados para a produção desse material, chegou a nos dizer que usa essa ferramenta para abordar o cliente “com a mesma frase que ele mesmo usou para descrever a sua necessidade”, e essa forma de empatia tem trazido resultados de negócios importantes para eles.
No fim do dia, a tal comunicação H2H pode não ser nenhuma novidade, mas, assim como o storytelling à sua época, traz luz a uma discussão importante e cada vez mais valorizada nos dias de hoje: “afinal, o que isso tem a ver comigo”?
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