Por Maria Eugênia Lucci
Uma das maiores vantagens de ser jornalista e trabalhar com assessoria de imprensa na área de tecnologia é poder acompanhar a evolução e as discussões sobre esse universo tão vasto e que está se expandindo como nunca antes. É particularmente prazeroso poder dedicar alguns momentos do meu dia para ler notícias e artigos sobre IoT, Big Data, Blockchain, Transformação Digital, Cidades Inteligentes, entre outros assuntos que, pouco a pouco, passam a fazer parte da nossa vida. Há um deles que tenho acompanhado com mais atenção, por se tratar de uma tecnologia que pode transformar para sempre a forma como trabalhamos: a Inteligência Artificial.
Talvez ela seja a mais polêmica das inovações tecnológicas. E não é para menos. O físico Stephen Hawking disse que ela pode “transformar o mundo para melhor ou acabar com a humanidade”. Claro que ainda existe muita especulação, já que a IA se desenvolve a cada dia, então é normal encontrar diferentes opiniões sobre como afetará nosso futuro. Mas não deixa de ser interessante acompanhar o debate e imaginar o que está por vir com a presença de softwares e máquinas com comportamento semelhante ao humano vivendo entre nós.
É claro que, como qualquer pessoa, também já me preocupei com a possibilidade de ser substituída por uma máquina, ainda que isso pareça distante. Acontece que o futuro chegou e, adivinhem? A Inteligência Artificial já escreve textos como um jornalista de verdade! Prova disso é que a agência Associated Press já está usando essas ferramentas para transformar os dados brutos que recebe sobre o faturamento das empresas em textos jornalísticos. É claro que ainda existe um longo caminho para que a IA substitua, de fato, trabalho do jornalista e do RP. E, sinceramente, nem acredito que isso vá acontecer.
Escrever um bom texto envolve muito mais que juntar palavras para comunicar algo de forma que faça sentido. É preciso ler as entrelinhas, entender as ironias, perceber o que não foi escrito, fazer relações e buscar o que não está na internet. Ser RP envolve estratégia, contato, construções de relacionamento, tentativa e erro. Mas, se estamos falando de apenas de juntar informações e disseminá-las, aí sim, as máquinas podem dar conta. Por isso, não acredito na substituição, mas na parceria. Enquanto a Inteligência Artificial se encarrega de coletar os dados para fundamentar o texto, a humana vai atrás do que está fora do alcance dos algoritmos.
De acordo com George Paiva, gerente de RH da Orange Business Services para a América Latina, não existe Inteligência Artificial sem a natural. Por isso, é importante aprendermos a utilizar essa tecnologia a nosso favor, e não a encararmos como inimiga, já que não há como fugir dela. O universo de comunicação é complexo e envolve muitas questões humanas, mas quem aprender a tirar proveito da IA para oferecer serviços mais completos, integrados e eficientes, certamente levará vantagem.
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